Amaterasu reinava nas planícies do paraíso tecendo quimonos da cor do tempo e iluminando o mundo com sua luz. Certa vez um conflito com o deus da tempestade fez com que a deusa se trancafiasse em uma gruta recusando-se a sair. Com sua ausência o mundo inteiro mergulhou na escuridão. Sem sua luz nada nascia nem crescia.
Os outros deuses temendo o caos reuniram-se na entrada da caverna com uma estratégia para tirar Amaterasu do confinamento. Colocaram um grande espelho mágico nos galhos da árvore Sakaki, localizada bem na entrada da caverna, e fizeram com que todos os galos cantassem incessantemente para parecer que o dia raiava. Depois, acenderam grandes fogueiras para iluminar o local, providenciaram música e passaram a se divertir com a dança apresentada pela deusa Uzume.
Esta dançava de tal forma que os milhares de deuses riam com grande estardalhaço. E riram tanto que o paraíso tremeu, o que atiçou a curiosidade de Amaterasu. Intrigada com tanta algazarra, a deusa afastou uma pequena pedra da porta da caverna e perguntou:
– Que festa é essa? O que está acontecendo?
– Estamos comemorando a chegada de uma nova deusa da luz, disse-lhe Uzume.
Amaterasu não cabia em si de curiosidade e, para procurar tal deusa, olhava para fora da caverna. Os deuses colocaram o espelho mágico na sua direção e ela viu a beleza radiante do seu próprio reflexo. Estava fascinada e embevecida com tanto esplendor, que nem percebia que os deuses a puxavam cada vez mais para fora da caverna. E foi assim, pelo riso dos deuses e pela maravilha do seu próprio reflexo, que Amaterasu voltou ao mundo, trazendo sua luz radiante e vitalizante e nunca mais deixou de brilhar.
Se mitos pretendem explicar a realidade através de símbolos, o de Amaterasu foi escolhido como inspiração para este espaço de diálogo porque acredito que a cura para os tempos escuros em que vivemos depende de nossa luz.
São muitos os discursos sobre as mulheres. Um destes, a Ginecologia, usou durante muito tempo atributos e patologias inventadas para justificar uma suposta inferioridade das mulheres em nossa sociedade.
Esse blog propõe-se a questionar esse discurso e a mobilizar novos e múltiplas falas, que positivem e re-signifiquem a vivência das mulheres com seus corpos.
Com respeito às diversas maneiras de vivermos nossa sexualidade.
Politicamente situado na defesa de um sistema de saúde público e de qualidade para todas.
Fortemente inspirado em um jeito de cuidar que inclua auto-conhecimento e uma medicina doce, natuaral ou complementar.
Definitivamente feminista.
Um lugar para conversar sobre a saúde em nossos ciclos de vida, políticas que nos dizem respeito, arte – alimento para alma, e sobre o que mais pintar.
Pode entrar, a casa é sua!
Você é maravilhosa! Seu bog também! E esta me inspirando demais! Gratidão!